O
alpinista Aron Ralston Lee (nascido em 27 outubro de 1975, em
Indiana, EUA) ficou preso por uma pedra
em maio de 2003, no canyon Blue John Canyon (Canyonlands National Park, Utah) e
foi obrigado a amputar a parte inferior do braço direito para libertar-se.
Enquanto caminhava por uma fenda, uma pedra rolou da montanha, prendeu e esmagou
seu antebraço direito.
Por mais
que se esforçasse, não conseguia desprender-se e para salvar sua vida; forçou
seu braço sobre a rocha até romper os ossos e com suas ferramentas de escalada,
cortou tecido muscular e nervoso até, finalmente, deixar seu antebraço na
montanha. Destaca-se que toda a sua agonia foi filmada por ele mesmo e tornou-se
documentário.
Fico
imaginando como a história poderia ter tido um final diferente, se Aron
estivesse acompanhado. Alguém que fosse companheiro o suficiente para remover a
rocha, deitar-lhe medicamentos sobre a ferida, anestésicos para aliviar a dor
ou sair em busca de socorro. Com certeza
não teríamos um filme de superação, mas Aron estaria com seu braço
restaurado.
O livro Confissões de um Pastor traz o seguinte pensamento: “Se você está sozinho no topo da montanha (liderança) é porque não levou ninguém consigo durante a escalada”. Não raro, no caminho do sucesso, se afasta dos amigos e quando chega ao topo, descobre-se solitário. Fascinados pelo poder, escalamos pisando sobre os outros; sentindo ameaçados, ferimos quem se aproxima, desprezamos os que nos ajudaram quando ainda não representávamos coisa alguma. Não é sem razão que sempre ouvimos que líderes são solitários.
Neste
aspecto, o rei Davi nos dá um ensino: seus companheiros de deserto tornaram-se
os homens do palácio. É significativo ver no reino a liderança dos filhos de
Zeruia, ver os trezentos valentes em posição de comando no exército, ver
Abigail lhe dando um príncipe, ver Abiatar e seus filhos servindo no sacerdócio.
É de grande valor ver Joabe confrontando seu amigo, o rei Davi, após a morte de
Absalão. Joabe sabia a hora do consolo e a hora do confronto. Isto é um bom tipo de amigo para se ter quando se está
no topo.
Quando
estiveres subindo, leve sempre alguém com você. Uma constelação tem maior
alcance que uma estrela solitária.
Revendo
um filme de nossa história, agradeço a todos os pastores e líderes da AD
Manancial-Sobradinho DF, que hoje sobem comigo um pequeno outeiro, mas que pode
se tornar uma montanha se soubermos valorizar a participação de cada um.
Obrigado pelas palavras de conforto e de confronto, elas me trazem cura e não
amputação.
Walter.